quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A Criança e a Intimidade dos Pais

        Esse assunto já foi tema comentando há algum tempo em outro blog que faço parte: Em Casa com Sofia, mas a pedidos iremos falar um pouco mais sobre ele aqui. 

        Ainda é um tema bastante questionado e ainda cheio de tabus. O bebê não é parte do casal, e sim parte da família; o casal é composta por dois, o terceiro não deve, para o seu próprio bem e desenvolvimento de futura autonomia, se inserir na vida sentimental do casal. O casal veio antes, o filho depois.

         Entretanto, é importante que o casal, não veja o bebê como um intruso, que veio atrapalhar a relação, mas sim, um ser que esta aí para fortalecer os laços de companheirismo e afeto. Os adultos devem manter  uma atitude de respeito adequado a cada idade da criança, devendo sempre ser cuidado e carinhoso com a mesma. Todavia, o casal deverá sempre manter sua privacidade sexual no seu quarto, ou fora de casa,  quando não puderem ter um espaço separado da criança.

           A criança, assim como nós adultos, tem vários estágios do sono. E nos momentos mais leves ela ouve barulhos e é capaz  de abrir os olhos muito rapidamente e ver coisas, sem que os pais percebam. O ato sexual é uma visão muito atordoante para o bebê, e os barulhos que produz também. Na cabeça do bebê fica difícil interpretar  o que esta acontecendo entre os pais, e na maioria das vezes vai interpretar essa relação sexual como algo violento, sádico. O que pode também estimular precocemente a sexualidade da criança, causando outros tipos de distorções no seu desenvolvimento psicossexual. 

             A criança, deve sim, ter bastante espaço na vida do casal, mas quando se trata da vida afetivo-sexual dos mesmos, a criança deve ser poupada, e a advertência serve também para os momentos de brigas e discussões na frente dos filhos. A situação é tão confusa quanto a primeira e ambas, são perturbadoras para as crianças. 

               Por fim, vale ressaltar, que a criança ter seu próprio quarto é uma forma de ajudá-la a crescer com mais autonomia e segurança,e , quando por qualquer razão, a criança necessita de dormir no quarto dos pais, estes deverão ter o cuidado de não expô-lo a sua vida sexual. 
        
       




quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Depressão na Terceira Idade


      A depressão ou melancolia involutiva é um estado de humor característico da velhice, e assim é conhecido a bastante tempo. A doença surge frequentemente, após a aposentadoria ou aborrecimento sério ou em decorrência de alguma mudança súbita nas circunstâncias de vida do idoso. Apesar disso, a doença esta em desproporção com o estímulo, estando a sintomatologia muita mais acentuada do que seria de esperar em relação ao estímulo desencadeante.

        A senectude é o período compreendido entre os 40 e 55 anos, e nas mulheres se associa a alterações endócrinas especificas que se constituem na menopausa. Nessas alterações endócrinas, as glândulas endócrinas tais como a medular das adrenais, a tireoide, os ovários e os testículos lançam seus hormônios diretamente na corrente sanguínea, possibilitando uma rápida distribuição pelo corpo. Afetam, dessa maneira, diferentes órgãos e tecidos.

       Essa é uma época também frequentemente relacionada a mudanças características no status familiar e nas relações socioculturais. Para a mulher, esse período marca o estagio em que os filhos se casam e deixam o lar. Não lhe é mais possível criar e cuidar das crianças. Simultaneamente, as alterações da fisiologia endócrina levam à interrupção da ovulação, da menstruação e de outras mudanças corporais. Para muitas mulheres, é um período de crise, é marco do envelhecimento.

        Após 20 ou mais anos da vida adulta, as pessoas questionam seus papéis objetivos e descobrem que muitas das suas ambições não foram, e provavelmente não serão realizadas. Embora para alguns seja o bastante  e não tão assustadora, para outras é uma experiência extremamente frustrante.  Revoltam-se contra sua situação de vida e culpam a si mesmos ou aos outros pelas limitações e desapontamentos.

           Embora muitos pacientes nesta faixa de idade apresentem esse quadro e lhe atribuam seus problemas, é preciso cuidado quando da atribuição de uma significância causal especifica às alterações endócrinas ou às emocionais  à nova situação. O número de pessoas que passam pela mesmas dificuldades e não se tornam psiquiatricamente doentes é bem maior do que o número de pacientes na mesma condição.

          Um das explicações é que essas experiências da meia-idade fornecem a ocasião de as predições subjacentes se manifestarem. O individuo susceptível que era anteriormente sustentado pela ambição, pelo otimismo, pelos prazeres e exigências emocionais de contato com os filhos e por uma boa saúde, sente-se, agora, ameaçado pela solidão, pela inutilidade, pela falta de sentido de vida, pelas modificações do estado físico e acaba por desenvolver uma enfermidade psíquica.

           As ideias e tentativas de suicídio são mais frequentes neste tipo de doença do que em qualquer outra, e precisa-se dispensar atenção especial a essa possibilidade. Dentre outras características desse transtorno temos: ansiedade de longo curso, que se desenvolve lentamente, preocupações, tristeza, são poliqueixosos, muitas vezes reclamando de queixas físicas imaginárias (hipocondria).

             Se identificados indícios de que algo não vai bem com o idoso, as famílias devem procurar um médico. Isso porque a depressão pode ser um sintoma de outra doença, como uma alteração de metabolismo, diabetes descontrolada ou hipotireoidismo. Se faz necessário portanto, além da ajuda de profissional especializado, incentivar o idoso que passa por esse momento a estabelecer um novo plano de vida, mostrando-o que ainda é útil, para que com um isto, possa ter uma visão otimista do futuro.  

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Meu filho troca as letras

Primeiramente quero me desculpar com meus leitores pelos meses sem postagem, mas vamos reiniciar os artigos no blog com todo o gás! Começando hoje com um problema que esta cada vez mais recorrente nos consultórios. 


Cerca de 10% das crianças em idade escolar apresentam dislexia, sendo observada com maior freqüência em meninos.  De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de 0,5% a 17% da população mundial, pode manifestar-se em pessoas com inteligência normal ou mesmo superior e persistir na vida adulta.
A dislexia é uma dificuldade no aprendizado da escrita e da leitura, em crianças sem déficit intelectual, emocional e sensorial, mas que apresentam alterações psicomotoras e perceptivas, acompanhadas de determinados distúrbios da fala.
Cumpre ressaltar que não se pode rotular de dislexia toda e qualquer dificuldade na leitura ou na escrita, bem como as dificuldades de aprendizado que tem como base um problema emocional, um pequeno déficit sensorial ou, mesmo, uma inadaptação ao método pedagógico.
Especialistas chegaram a conclusão que a dislexia é causada por uma alteração cromossômica hereditária, o que explica a ocorrência em pessoas da mesma família. Pesquisas recentes mostram que a dislexia pode estar relacionada com a produção excessiva de testosterona pela mãe durante a gestação da criança.
Os sintomas variam de acordo com os diferentes graus de gravidade do distúrbio e tornam-se mais evidentes durante a fase da alfabetização. Entre os mais comuns encontram-se as seguintes dificuldades:
 1) para ler, escrever e soletrar;
 2) de entendimento do texto escrito;
3) para de identificar fonemas, associá-los às letras e reconhecer rimas e aliterações;
4) para decorar a tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos (discalculia);
5) ortográficas: troca de letras, inversão, omissão ou acréscimo de letras e sílabas (disgrafia);
 6) de organização temporal e espacial e coordenação motora.

É muito freqüente o disléxico apresentar déficit  no domínio da ação, da motricidade, da organização temporoespacial, da capacidade de globalização do esquema corporal, na dominância lateral, podendo ser acrescentados distúrbios de atenção da memória e alteração da relação figura-fundo. A má estruturação do espaço  no disléxico manifesta-se, no início, por dificuldades em situar as diversas partes do corpo, umas em relação às outras; as noções de alto,baixo, em frente, atrás e, sobretudo, direita e esquerda são confundidas, o que, no domínio da leitura, provoca confusão entre certas letras como p e q; d e b, u e n; p e b. Cada letra é percebida isolada e corretamente, mas as  relações que as crianças estabelecem entre elas não são estáveis, dependem do sentido do deslocamento do seu olhar.
Comumente a dislexia é diagnosticada a partir da época em que a criança é alfabetizada (geralmente 6/7 anos). Entretanto há várias manifestações pré-disléxicas que ocorrem bem cedo e há possibilidade de serem detectadas ainda no jardim da infância.
O diagnóstico é feito por exclusão, em geral por equipe multidisciplinar (médio, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista). antes de afirmar que uma pessoa é disléxica, é preciso descartar a ocorrência de deficiências visuais e auditivas, déficit de atenção, escolarização inadequada, problemas emocionais, psicológicos e socioeconômicos que possam interferir na aprendizagem. É de extrema importância estabelecer o diagnóstico precoce para evitar que sejam atribuídos aos portadores do transtorno rótulos depreciativos, com reflexos negativos sobre a auto-estima e projeto de vida. 
Ainda não se conhece a cura para a dislexia. De modo geral, o prognóstico é bom. Felizmente, a dislexia não é uma condição progressiva. Porém, o tratamento exige a participação de especialistas em várias áreas ( pedagogia, fonoaudiologia, psicologia, etc.) para ajudar ao individuo com dislexia a superar, na medida do possível, o comprometimento no mecanismo da leitura, da expressão escrita ou da matemática.

 Importante:

-  Algumas dificuldades que as crianças podem apresentar durante a alfabetização só ocorrem porque são pequenas e imaturas e ainda não estão prontas para iniciar o processo de leitura e escrita. Se as dificuldades persistirem, o ideal é encaminhar a criança para avaliação por profissionais capacitados;
- O diagnóstico de dislexia não significa que a criança seja menos inteligente; significa apenas que é  portadora de um distúrbio que pode ser corrigido ou atenuado; 
- Saber que a pessoa é portadora de dislexia e as características do distúrbio é o melhor caminho pra evitar prejuízos no desempenho escolar e social e os rótulos depreciativos que levam à baixa-estima.


sexta-feira, 9 de agosto de 2013

Doenças do Adulto Podem Vir do Útero Materno - Parte III



Sabemos atualmente que o bebê antes do nascimento é um ser dotado de sentimentos, lembranças e de consciência. Porém, nem sempre foi assim. O psiquiatra Thomas Verny, começou a notar que em sessões de regressão espontânea parecia que as pessoas voltavam ao momento do nascimento e às vezes a época da vida intra-uterina, sem influência de fármacos ou hipnose.

À medida que estes episódios de visões retrospectivas foram se sucedendo, ao longo de 15 anos de observação, ele começou a questionar a noção aceita nos meios acadêmicos e científicos, de que os bebês não começam a recordar nada até os 2 anos de idade.  Durante seis anos fez um amplo estudo de tudo que já havia sido publicado cientificamente em todo mundo. Estudou embriologia, a evolução do sistema nervoso e a capacidade auditiva do bebê antes de nascer.  Reuniu estudos de adultos que reviviam traumas pós e pré-natais especialmente experiências dolorosas que podiam relacionar com coisas ocorridas no momento do parto e antes, no útero.

Dr. Thomar Verny, juntamente com pesquisadores como Dominik Purpura, David ChamberLain, Stanistaw Grof, e outros, descobriram que existe uma comunicação fisiológica, psicológica e extra-sensorial  entre mãe e feto. As perturbações do bebê, são provocadas tanto pelas consequências psicológicas, quanto pelas consequências físicas da ansiedade, estresse, depressão, aflição, medo, etc.

Cumpre ressaltar que, o que traz uma repercussão profunda na criança não são as preocupações menores da mãe, mas uma ansiedade crônica ou uma ambivalência perturbadora dos pensamentos e dos sentimentos em relação a maternidade. Como exemplo, um sentimento negativo, intenso e duradouro de rejeição à criança.

O feto tem necessidades intelectuais e afetivas mais primitivas que as nossas, mas que realmente existem, como as de querer se sentir amado e desejado. Esse sentimento tem uma repercussão importante na segurança e autoconfiança. Emoções positivas de alegria e espera, contribuem sobremaneira no desenvolvimento afetivo da criança sadia.


Por fim, traumas em vida intra-uterina, dependendo das heranças que aquele ser traz, podem gerar diferentes transtornos futuros como: insegurança, dificuldade de relacionamento, transtornos depressivos, transtornos ansiosos (na tentativa de satisfazer o outro para ser amado), personalidade dependente etc. Até o próximo post!

sexta-feira, 2 de agosto de 2013

Doenças do Adulto Podem Vir do Útero Materno - Parte II


As emoções podem ser formadas ainda na vida intra-uterina. As pesquisas mais recentes na área têm mostrado, por exemplo, a forte influência que o estresse (emoções) materno exerce sobre o desenvolvimento do bebê intra-uterino. A medicina oriental há muito defendia que tudo que a mãe sentia, pensava, sofria já estava sendo registrado pelo bebê no ventre materno, no protoneurônio que se desenvolverá como centro da memória. 

A medicina ocidental já aceita que a maioria dos traumas dos seres humanos são adquiridas nos primeiros três meses de gestação, geralmente a época em que a mulher descobre que esta grávida. Casais que brigam, discutem e ofendem-se passam tudo para o feto, que inconscientemente incorporará esses sentimentos que irão repercutir futuramente na vida adulta, apresentando traumas e problemas psicológicos aparentemente sem origem.

Quando se incorpora emoções negativas, o resultado será a desarmonia energética, considerado um fator agravante na vida intra-uterina e nos primeiros 4 anos de idade pois, a mente nessa etapa da vida é preponderantemente subconsciente. Desse modo receberão a informação tais como elas se apresentam, não existindo ainda o componente racional para analisar o contexto dessas informações que lhes chegam e minimizar seus efeitos negativos.

A emoção mais importante e negativa para o bebê é a rejeição. Este sentimento pode se manifestar de inúmeras maneiras e muitas vezes os pais, em especial a mãe, por vezes não percebem que estão ‘rejeitando’ o bebê.  Como exemplos mais sutis são os casos quando a gravidez não é planejada, ou quando se espera o bebê de um sexo e o bebê é de outro.

Nos casos mais graves a mãe chora muito, diz que não queria ter engravidado, é abandonada pelo companheiro, e até cogita com o parceiro sobre o aborto ilegal. Isso tudo além de traumas para o feto, causa uma série de consequências sobre a futura mãe durante essa gestação, onde aparente tem uma gravidez clinicamente sem alterações, mais apresenta vômitos, náuseas, sangramento vaginal, fortes dores e cólicas, etc. Isso nada mais é do que um mecanismo inconsciente de tentar expulsar essa gravidez indesejada.

Um feto que passa a gravidez inteira ouvindo uma pessoa brigando e xingando com sua mãe, ao nascer, sempre que essa pessoa que brigava se aproximar e a criança ouvir sua voz, a mesma começará a chorar e ninguém entenderá o motivo. A criança então ficou com aquela voz gravada no inconsciente, associando-a a momentos ruins, daí a ouvi-la novamente a criança se desespera.

Uma gestação sem ansiedades e medos, garantirá um futuro adulto sem traumas, confiante e tranquilo. Não esquecendo que o momento do parto também é de suma importância para a mãe e esse bebê, devendo ser o menos traumático possível. Até o próximo post!

terça-feira, 30 de julho de 2013

Depressão na Infância e na Adolescência

 Atualmente, a depressão vem sendo bastante utilizada como sinônimo de tristeza, porém tem muito pouco a ver com esse sentimento. Depressão é uma doença grave, que se não for tratada adequadamente, interfere no dia a dia das pessoas e compromete a qualidade de vida. Nos adultos ela é mais fácil de ser diagnosticada, e mesmo que não o faça, as pessoas ao seu redor e até mesmo o próprio sujeito percebe que algo esta errado.

Com as crianças é bem diferente, e normalmente acham que a depressão é natural, próprio do seu jeito de ser. Embora estejam sofrendo, não sabem que aqueles sintomas são resultados de uma doença. Elas calam-se, retraem-se, e os pais, por vezes, custam a perceber que a criança precisa de ajuda.

A criança tem grande dificuldade de nomear suas próprias emoções, precisando de um adulto para lhes dizer que o que sentem é a tristeza, ansiedade, angústia. Por isso tendem a somatizar o seu sofrimento e acabam se queixando de problemas físicos, porque é mais fácil explicar males concretos, orgânicos, do que um problema de cunho emocional.

Na depressão infantil, o sono começa a ser interrompido por pesadelos, e o medo de ficar sozinha faz com que reclame e chore muito na hora de dormir. É um choro assustado, indicativo do medo que esta sentindo o tempo todo.

Nos últimos anos de pesquisa sobre a depressão, na infância, percebe-se que vem caracterizando-se pela associação de vários sintomas que vão além da ansiedade de separação manifesta quando a criança começa a frequentar a escola, por exemplo, e incluem até o medo de comer e a escolha dos alimentos passa a ser seletiva. Portanto, a criança pode estar dando sinais de depressão quando a ansiedade de separação persiste e ela reclama o tempo todo de dores de cabeça ou de barriga, nunca demonstrando que está bem.

Na depressão na adolescência percebe-se que o menino não internaliza as emoções como a menina, que se tranca no quarto e chora. Ele se torna extremamente agressivo, fica na defensiva o tempo todo e sai brigando com o mundo. Na realidade, o adolescente deprimido age como se a melhor defesa fosse o ataque e, se conseguimos ultrapassar essa barreira, ele se mostra muito angustiado e chora.

 Problemas conjugais,  problemas financeiros, a cobrança exagerada por parte dos pais e da sociedade em relação ao desenvolvimento da criança, a falta de contato da criança com os pais em função de suas responsabilidades profissionais e necessidades de sobrevivência, o que impede que haja um vínculo afetivo positivo, são fatores que contribuem para o aumento da possibilidade das crianças desenvolverem transtornos como a depressão, e que afeta diretamente o desenvolvimento psico-social e escolar.

Além disso, podemos destacar outros fatores que causam a depressão infantil: a morte de um dos pais, dos avós ou de um ente querido muito próximo, maus tratos dentro da família; filho indesejado, filho somente de um dos pais; alcoolismo, entre outros.

SINAIS E SINTOMAS SUGESTIVOS DE DEPRESSÃO INFANTIL

1- Mudanças de humor significativa
2- Diminuição da atividade e do interesse
3- Queda no rendimento escolar, perda da atenção
4- Distúrbios do sono
5- Aparecimento de condutas agressivas
6- Auto-depreciação
7- Perda de energia física e mental
8- Queixas somáticas
9- Fobia escolar
10- Perda ou aumento de peso
11- Cansaço matinal
12- Aumento da sensibilidade (irritação ou choro fácil)
13- Negativismo e Pessimismo
14- Sentimento de rejeição
15- Idéias mórbidas sobre a vida
16- Enurese e encoprese (urina ou defeca na cama)
17- Condutas anti-sociais e destrutivas
18- Ansiedade e hipocondria

Os sintomas físicos e somatizados também podem ocorrer na criança depressiva. Cerca de 30% dos pacientes deprimidos apresenta diminuição de apetite e 30% refere aumento, principalmente nas meninas. Insônia inicial (dificuldade para começar a dormir) também esta freqüentemente presente (60%) e, um pouco menos freqüente, a clássica insônia terminal, que é caracterizada pelo despertar muito cedo.

       Fiquem atentos se as crianças e adolescentes começarem a apresentar alguns destes sinais, quanto mais cedo à depressão for diagnosticada melhor será seu prognóstico.

Dicas:

à Pais e professores podem ajudar também no tratamento com pequenas ações: estimular a criança a brincar, participar de atividades recreativas e esportivas para que possa melhorar seu humor e manter contato com outras crianças. Na depressão essas atividades não são contra-indicadas, pelo contrário devemos estimulá-las constantemente.


sexta-feira, 26 de julho de 2013

ATENÇÃO: Doenças do Adulto Podem Vir do Útero Materno

Iniciaremos essa semana uma série de artigos  referentes aos grandes avanços que diversas áreas científicas vem alcançando no ramo da psicologia, medicina, neonatologia, etc. Toda sexta traremos novidades e curiosidades sobre o tema. 

Quando se fala em doenças, dois fatores entram em questão: ou é de herança genética ou é provocada pelo tipo de vida da pessoa, no meio em que vive. Assim é para a obesidade, diabetes, câncer, problemas do coração e muitas outras mais.

Freud durante seus estudos comprovou que a experiências da infância tem uma forte influência sobre a personalidade adulta. Hoje, com o avanço das pesquisas na área a esses problemas se acrescenta o ambiente fetal, intra-uterino, e o momento do nascimento.

Estudos no campo da embriologia e neurofisiologia, afirmam que a interação dos genes com o meio começa no útero. Portanto, os nove meses no útero da mãe são importantes para saúde do filho. O que a mãe faz ou não faz, come ou não come, bebe ou não bebe pode definir desenvolvimento dos órgãos do feto e quais as reações dele muito depois do nascimento.

Sabe-se hoje que os problemas do coração podem advir de um feto mal alimentado, porque o fígado não cresceu o suficiente para controlar o colesterol do futuro adulto. O câncer de mama pode advir da mãe que engordou muito durante a gravidez e forneceu o hormônio estrogênio ao feto em quantidade acima do normal.

Hoje, sabe-se muito bem que a mãe que fuma, ingere álcool e outras drogas gera filhos com baixo peso e malformações. Outro exemplo é que se a mãe, durante a gravidez,  pegar uma gripe forte o vírus dessa gripe poderá atuar sobre o cérebro do feto e levar a uma esquizofrenia futura.

Muitas outras suspeitas estão sendo estudadas nessa área. O lado positivo desses estudos é que, comprovada de fato a influência do modo de ser e fazer da mãe em relação ao feto, se poderão prevenir muitas doenças ora atribuídas apenas à genética e ao meio.


No próximo post da sexta continuaremos tratando sobre esse tema tão atual e tão polêmico. Até lá!

quinta-feira, 18 de julho de 2013

Conhecendo a depressão

Uma doença há muito tempo conhecida, além de ser o transtorno psiquiátrico mais prevalente ao longo da vida (cerca de 27%). A idade de início pode variar desde a infância e adolescência  até a idade adulta e velhice.   Atualmente existem tratamentos eficazes para esse transtorno de humor, por isso a necessidade conhecer seus principais sinais e procurar ajuda, antes que a doença evoluía para um quadro mais grave.
 O indivíduo  durante o transtorno, tem dificuldades de planejar o futuro, que o parece sombrio e sem perspectivas. É muito comum ocorrer uma piora nos sintomas pela manhã, como apatia, desânimo, ansiedade, falta de energia até para as coisas mais simples, como as necessidades básicas (alimentação, higiene pessoal, etc). A irritação é um sintoma comum em depressões leves. Frequentemente, o paciente com depressão tem ideias de morte e sensação de que a vida não vale a pena e, em casos mais graves, também são comuns pensamentos e planos suicidas.

A depressão pode ser subdividida de acordo com:
- Curso: refere-se ao número de episódios, que pode ser um episódio único ou mais de um. Neste último caso se chamaria transtorno depressivo recorrente.
De acordo com a intensidade dos sintomas, pode-se classificar em leve, moderada e grave. Depressões leves com durações longas de episódios são chamadas distimia, enquanto que depressões com qualquer intensidade por tempo mais curto são chamadas apenas transtorno depressivo. Sintomas moderados e graves caracterizam a chamada depressão Maior.

- Predomínio de sintomas: subtipos de depressão são nomeados de acordo com o conjunto predominante de sintomas. Por ex.:  a) Depressão melancólica com predomínio de sintomas vegetativos (insônia e inapetência) e características circadianas (pior pela manhã); b) Depressão atípica (sonolência excessiva e aumento do apetite); c) Pseudo demência (sintomas de prejuízo cognitivo, ou seja, do entendimento);d) Depressão psicótica (presença de delírios e/ou alucinações).

  Alguns episódios aparecem em épocas determinadas, como a depressão sazonal e a depressão pós-parto.
            O diagnóstico da depressão é clínico, baseado na história e nos sintomas. Os pacientes relatam redução das atividades, perda de iniciativa, tristeza, alterações do sono e apetite, alterações sexuais (perda da libido principalmente), falta de prazer, além de poderem apresentar alterações de atenção e concentração. Outro ponto a destacar é que o humor pode estar deprimido ou irritado, o pensamento pode estar lentificado, com conteúdos de menos valia, de culpa e de suicídio.
            Nos casos mais graves percebe-se que indivíduo perde toda a vontade de viver, e quando não chega a cometer suicídio, deixa de lado à higiene corporal, simplesmente para de se alimentar, chegando a ser internado para receber nutrientes por meio de sonda ou intravenosa.
O Tratamento dos transtornos depressivos inclui na maioria das vezes o uso de psicoterapia, farmacoterapia e dos chamados tratamentos não medicamentosos. Várias abordagens psicoterápicas podem ser utilizadas de acordo com a gravidade do quadro e suas características e da presença de fatores estressantes.

 IMPORTANTE:

8  A depressão é uma doença como qualquer outra. Não é um sinal de preguiça, nem de irresponsabilidade, nem de loucura. Se de repente começar a se sentir desanimado, entristecido, perdendo a vontade de fazer coisas que antes eram prazerosas, ou sentindo que a vida perdeu a graça, procure um profissional, o diagnóstico precoce é a melhor forma de um tratamento rápido e eficaz. 
8 Não esqueça que a depressão pode ocorrer em qualquer fase da vida, seja em uma criança, adolescente, em adultos e idosos.

8 A família que tem um ente querido com depressão precisa manter-se informada sobre a doença, suas características, sintomas e riscos. É importante está ao lado do paciente, ser um ponto de referência, para certos padrões, como alimentação, higiene pessoal e estimular a convivência com outras pessoas. 

quinta-feira, 23 de maio de 2013

A Criança e a Fase de Enfrentamento aos Pais

       A partir dos 18 meses de idade até por volta dos 4 anos, começa uma fase de enfrentamento aos pais,  especialmente por ser um momento de maior autonomia para a criança. Nessa fase aprende a controlar os esfíncteres anais e a bexiga, e já adquiriu todos os instrumentos necessários para formar frases e conversar. 
É o período em que a criança começa a se reconhecer como uma pessoa e quer mostrar que tem opinião própria: ela não quer tomar banho, recusa-se a sair do balanço, quer escolher as próprias roupas, rejeita o prato de comida, enfim, variados comportamentos opostos ao que o adulto solicita.
Antes de qualquer coisa, não se desesperem: a fase do não faz parte do desenvolvimento da criança. Entre 1 a 2 anos, a criança provavelmente já escutou muitos ‘nãos’, então quando começa a dizer ‘não’, nem sempre esta desafiando o adulto, pode estar apenas imitando-o. 

Por outro lado, enquanto a criança estiver nesse processo de descoberta de seus atributos como pessoa, ela continuará apresentando uma acentuada tendência a opor-se a interferências. Por isso resiste a qualquer coisa que não se harmonize com as ideias e atitudes que adotou. Ela vê quase todas as propostas dos adultos como uma ameaça potencial a sua identidade. Essa reação de oposição representa uma fase de transição entre a dependência e docilidade do bebê e a autonomia e a iniciativa características das crianças em idade pré-escolar.

Essa fase exige paciência dos pais para contornar os muitos ‘nãos’. A conversa ainda é a melhor solução, mesmo que nessa idade a criança não compreenda tudo. Converse com seu filho para fazê-lo mudar de idéia, usando argumentos que a criança possa entender. Outro ponto importante a destacar é que ser compreensiva com a criança não quer dizer que os pais sejam flexíveis as regras.

Muitas vezes pais que passam pouco tempo com os filhos, cedem facilmente aos apelos das crianças, por se sentirem culpados, deixando os filhos fazerem o que bem querem. Então favorável ou não, é a opinião dos pais que determinam os limites.  Não podemos esquecer que as regras e limites são fatores importantíssimos para um desenvolvimento saudável da personalidade da criança.

Por fim, os conceitos éticos da criança de 2 até por volta dos 6 anos de idade fundamentam-se basicamente nas conseqüências de suas ações. Portanto, o medo da punição e o respeito à autoridade dos pais são os primeiros aspectos subjacentes à orientação moral da criança.

quinta-feira, 16 de maio de 2013

Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes: Alerta aos Pais, Educadores e a Sociedade.


        O abuso sexual é definido como uma situação em que uma criança ou um adolescente é usado para a gratificação sexual de um adulto ou mesmo de um adolescente mais velho, com mais de 16 anos e 5 anos mais velho que a vítima. O abuso sexual geralmente é praticado em situações nas quais o adulto induz a criança ou o adolescente, por meio de sedução, mentiras, promessas, presentes, ameaças e até violência física.
         A exploração sexual caracteriza-se pelo uso deles com fins comerciais e de lucro, seja levando-os a manter atividades sexuais com adultos ou adolescentes mais velhos, seja utilizando-os para a produção de materiais pornográficos como revistas, filmes, fotos e sites na Internet. São considerados exploradores, o cliente que paga pelos serviços sexuais e, também, os intermediários que induzem, facilitam ou obrigam crianças e adolescentes a se prostituírem.
O abuso sexual de crianças e adolescentes é mais comum do que se imagina. Os agressores em sua maioria são homens, com idade entre 30 e 40 anos, familiares das vítimas ou conhecidos da própria família. Portanto, fique atento a adultos , inclusive de sua confiança,  que com freqüência estão rodeados de crianças, oferecendo presentes e se colocando a disposição para ajudar em atividades cotidianas, escolares ou religiosas, sem cobrar por isto.

Fique atento também a algumas táticas usadas por abusadores:
- Fazem-se passar por jovens ou crianças da mesma idade;
- Abordam assuntos que agradam suas vítimas potenciais;
- Oferecem algum benefício monetário ou presente;
- Tornam-se ‘amigos’, criando uma atmosfera de acolhimento e dependência;
- Usam informações fornecidas por crianças, adolescentes e jovens durante o contato pela internet ou nos perfis criados em sites de relacionamento;
- Podem buscar esse contato fora da internet, pessoalmente, nas escolas, clubes ou lan houses.

As conseqüências do abuso sexual são graves: a criança abusada pode ter crises de choro, medo de ficar sozinha ou de situações específicas; pode ter prejuízo no relacionamento interpessoal, ficando retraída ou agressiva, apresentar problemas somáticos sem causas médicas e queda no desempenho escolar.
A criança pode ficar confusa com relação ao que aconteceu; sentir medo de ter provocado a situação, sentir-se coagida a guardar segredo, e tem medo de ser castigada caso conte o ocorrido. A situação é especialmente problemática quando o abusador  for um familiar ou alguém  íntimo da família e a criança já apresentar problemas de comportamento. De acordo com um estudo realizado na Austrália crianças que sofrem de negligência ou abuso físico e emocional tendem a desenvolver comportamentos de risco, como tabagismo e sedentarismo, que podem levar a doenças crônicas ao longo da vida.  Caso a criança conte que sofreu um abuso, observe, verifique, denuncie! Apenas 6% dos casos em que a criança relata a agressão relacionam-se à fantasia ou mentira. Muitas vezes, por vergonha, a criança, que tem o imaginário muito fértil, revela de maneira fantasiosa um caso para contar um abuso e isso leva as pessoas a não acreditarem.
Saiba que as crianças ou adolescentes nunca são responsáveis pelo abuso sexual. As crianças são curiosas quanto à sexualidade e ainda que façam perguntas de cunho sexual ou queiram ver ou tocar os genitais de um adulto, ou ainda mostrar seus genitais, é o adulto que tem a responsabilidade de interromper esta interação. As crianças estão explorando o mundo e parte disto diz respeito a sua sexualidade. Portanto, orientar crianças a respeito da sexualidade pode ter impacto preventivo sobre situações potencias de abuso.
O abuso e exploração de crianças e adolescentes além de ser um grande problema de saúde pública é um problema psicológico grave. Do ponto de vista psicológico, devemos considerar não somente a vítima, como, também, o abusador e a família de ambos. Todos eles necessitam de apoio psicológico. Além disso, o abusador ou estuprador que for preso, mas não receber tratamento psicológico, certamente voltará a praticar esse tipo de crime ao ser solto.
A criança que sofre violação e não é tratada carrega sequelas para o resto da vida e geralmente se torna um adulto com dificuldade de relacionamento social, depressivo, com impotência sexual, frigidez, além de poder cometer suicídio.
Apesar dos diversos canais para fazer a denúncia, as pessoas ainda tem receio de denunciar, por isso muitos casos permanecem acontecendo até que a criança chegue à adolescência ou nunca são descobertos. Não hesite, procure o Conselho Tutelar ou Disque 100 (Disque Denúncia), a denúncia é anônima, podendo ser realizada de qualquer telefone.




quinta-feira, 9 de maio de 2013

Ansiedade Infantil



De acordo com um levantamento realizado em 2011 pelo Centro de Atendimento e Pesquisa de Psiquiatria da Infância e da Adolescência, o número de crianças brasileiras que sofrem de ansiedade aumentou em 60% nos últimos dez anos. A ansiedade pode aparecer muito cedo, até mesmo nos primeiros meses de vida.
Ela pode se manifestar por meio de medos diversos, tais como medo do escuro, de fantasmas, de doenças, etc. E esse medo não desaparece mesmo que a criança veja que o perigo não existe.  A ansiedade, portanto, é comum nas crianças, porém, quando atrapalha seu desenvolvimento normal ela é considerada patológica.   

Pais, fiquem atentos! Os principais sintomas apresentados nas crianças com problemas emocionais, onde a ansiedade é comum vão desde problemas orgânicos, como: xixi na cama ( quando a criança já tinha deixado de fazer xixi na mesma), vômitos, falta de apetite,  dores,  problemas intestinais, perturbações durante o sono, até irritabilidade, inquietude, dificuldades alimentares, birras, insatisfação e dificuldades de atenção.  

As crianças que desde os seus primeiros anos de vida não foi incentivada a seguir regras, a atender os limites do que pode ou não, a entender que nem todos os seus desejos  podem ser satisfeitos, tendem a tornar-se crianças ansiosas. Os pais, desde cedo, devem ensinar aos seus filhos habilidades do dia a dia, como banhar-se, vestir-se, arrumar seu quarto, sua bolsa da escola,  com isso adquirindo autonomia.  Cabe ressaltar ainda, que expectativas excessivas dos pais com relação à produção escolar também fomentarão  uma ansiedade maior, assim como outras atividades exageradas. 

A mãe e o pai são figuras fundamentais para a criança, pois são eles que vão moldar o seu desenvolvimento. É importante que procurem se informar seja por meio de profissionais ou até mesmo através de leituras especializadas, de como se dá este desenvolvimento e que função, desempenham neste processo. A adequação das suas atitudes, o acolhimento das necessidades, a convivência com a insegurança e o prazer, o manejo com os desejos e a frustração, são situações com as quais estarão lidando diariamente e, com certeza, estarão oferecendo aos seus filhos a oportunidade deste aprendizado que, no futuro, lhes deixará em condições de conviver e lidar com as situações de maior complexidade.
 
Para a criança não desenvolver uma ansiedade além do normal, se faz necessário a participação tanto da mãe e do pai no processo de desenvolvimento da criança, a colocação de regras e limites, o acolhimento adequado para as ansiedades (medos, insegurança), uma boa tolerância à frustração, incentivar uma autonomia saudável, além de programas individualizados com cada filho, sem esquecer-se de inserir o pai nestas atividades.  

terça-feira, 7 de maio de 2013

Você já ouviu falar na Síndrome de Burnout?



        A Síndrome de Burbout, ou síndrome do esgotamento profissional, é um distúrbio psíquico descrito pelo médico americano Freudenberger. Sua principal característica é o estado de tensão emocional e estresse crônico provocados por condições de trabalho físicas, emocionais e psicológicas desgastantes.

            Podemos dividir o quadro da síndrome de burnout em quatro fases:

1ª Fase: Falta de vontade, de ânimo ou prazer de ir trabalhar. Dores nas costas, pescoço e coluna.  Diante da pergunta: “O que você tem?” a resposta geralmente é “não sei, não me sinto bem”.
2ª Fase: O relacionamento com os outros começa a se desgastar. Pode haver uma sensação de perseguição (‘estão todos contra mim’),aumenta o absenteísmo e a rotatividade de empregos.
3ª Fase: Diminuição notável da capacidade ocupacional. Podem começar a surgir doenças psicossomáticas, tais como alergias, psoríase, picos de hipertensão, etc. É nesse momento que começa a automedicação, que no princípio tem efeito placebo, mas, logo em seguida, requer doses maiores. Nesse nível pode ocorrer também o aumento de ingestão de bebidas alcoólicas
4ª Fase: Esta etapa é caracterizada pelo alcoolismo, drogas, ideias ou tentativas de suicídio. Podem surgir ainda doenças mais graves, como neoplasia (cancro), acidentes cardiovasculares, etc. Nesse momento ou até um pouco antes o ideal é se afastar do trabalho.
        Os profissionais que atuam na área de educação, saúde, assistência social, recursos humanos, agentes penitenciários, bombeiros, policias e mulheres que enfrentam dupla jornada tem maiores riscos de desenvolver o transtorno.

            Fique atento se começar a desenvolver os sintomas abaixo:

L Esgotamento emocional, com diminuição e perda de recursos emocionais;
L Despersonalização ou desumanização, que consiste no desenvolvimento de atitudes negativas, de insensibilidade ou de cinismo para com outras pessoas no trabalho ou no serviço prestado.
L Sintomas físicos de estresse, tais como cansaço e mal estar geral.
L Manifestações emocionais do tipo: falta de realização pessoal, tendências a avaliar o próprio trabalho de forma negativa, vivências de insuficiência profissional, sentimentos de vazio, esgotamento, fracasso, impotência, baixa autoestima.
L freqüente irritabilidade, inquietude, dificuldade para a concentração, baixa tolerância a frustração, comportamentos paranóides e/ou agressivos para com os clientes, companheiros e para com a própria família.
L Manifestações físicas: Como qualquer tipo de estresse, a Síndrome de Burnout pode resultar em Transtornos Psicossomáticos. Estes, normalmente referem-se à fadiga crônica, freqüentes dores de cabeça, problemas com o sono, úlceras digestivas, hipertensão arterial, taquiarritmias, e outras desordens gastrintestinais, perda de peso, dores musculares e de coluna, alergias, etc.
L Manifestações comportamentais: probabilidade de condutas aditivas e evitativas, consumo aumentado de café, álcool, fármacos e drogas ilegais, absenteísmo, baixo rendimento pessoal, distanciamento afetivo dos clientes e companheiros como forma de proteção do ego, aborrecimento constante, atitude cínica, falta de paciência e irritabilidade, desorientação, incapacidade de concentração, sentimentos depressivos, freqüente conflitos interpessoais no ambiente de trabalho e dentro da própria família.
      Para o diagnóstico faz um levantamento da história de vida do paciente e seu envolvimento e realização pessoal no trabalho.  O tratamento inclui psicoterapia, incluindo exercícios respiratórios e de relaxamento, e em alguns casos terapia medicamentosa.

IMPORTANTE:

J  Não utilize a falta de tempo como desculpa para não praticar exercícios físicos e não desfrutar momentos de descontração e lazer. Mudanças no estilo de vida podem ser uma das melhores formas de prevenir ou tratar a síndrome de burnout;
J Conscientize-se de que o consumo de álcool e de outras drogas para afastar as crises de ansiedade e depressão não é um bom remédio para resolver o problema;
J  Avalie quanto as condições de trabalho estão interferindo em sua qualidade de vida e prejudicando sua saúde física e mental. Avalie também a possibilidade de propor nova dinâmica para as atividades diárias e objetivos profissionais.

quinta-feira, 25 de abril de 2013

Ciência, Psicologia, Física e Espiritualidade



Desde que a Psicologia separou-se da Filosofia adquirindo status de ciência no final do século XIX, buscou estabelecer um conjunto de princípios que compreendesse o ser humano e pudesse favorecer o seu processo de desenvolvimento, cura e aprendizagem. Surgiram distintas escolas e de acordo com sua visão antropológica e visão de mundo, desenvolveram diferentes recursos de atuação.
Na década de 50, Abrahan  Maslow, ampliou o horizonte da psicologia trazendo questionamentos a respeito de quão pouco a psicologia havia  contribuído para questões tão dolorosas como as guerras e sofrimento humano. O referido autor declarou que até então Freud havia feito um excelente trabalho sobre o lado doente do ser humano, mas que deveríamos conhecer também o quem é o ser humano saudável, seu desenvolvimento, sua natureza,  para que realmente pudéssemos contribuir para uma sociedade melhor.
Seus estudos no contexto antropológico, psíquico e social levaram-no também a pesquisar sobre o que dominou de experiências culminantes, enfatizando que tais experiências remetem a estados mais elevados da consciência, promovendo o autoconhecimento com maior profundidade, bem como a emergência de valores positivos e de uma ética natural saudável. Maslow atribuiu a transcendência  os aspectos mais elevados do ser, os quais se dão na relação  intrapessoal, interpessoal e mais além. Deixava claro que a dimensão espiritual é parte da nossa biologia subjetiva e o ser plenamente humano  envolve corpo e espírito.
A psicologia então é dividida em quatro grandes correntes denominadas por forças, sendo a primeira força a Psicologia Comportamental,  a segunda força a Psicanálise, a terceira força a psicologia Humanista e a quarta força a Psicologia Transpessoal.  A psicologia transpessoal surge então a partir das ideias da psicologia humanista.  Maslow acreditava que vivenciar o aspecto transcendente era de extrema importância para nossa vida.  Pensar de forma holística, transcendendo dualidades como o certo e o errado, o bem e o mal ou então o passado, o presente e o futuro é fundamental.
 Para ele, sem a dimensão espiritual o ser humano tornava-se violento, niilista, apático, ou vazio de esperança. Criticou tanto a Ciência positivista quanto as religiões, pois ambas haviam descaracterizado esta unidade (corpo-espírito), a Ciência focando só a matéria, a religião, só o espírito.  Trouxe a psicologia uma nova visão  que reconhece a espiritualidade e a necessidade  de transcendência , legitimando experiências que até então foram deixadas de lado, ou pior, às vezes consideradas patológicas ou superstição. Evidente que no âmbito psico-espiritual  há vivencias patológicas, mas o tratamento  deve contemplar o ser em sua inteireza para realmente ajudá-lo a recuperar sua sanidade.
Assim podemos definir a Psicologia Transpessoal como uma abordagem que tem como objetivo tratar o homem como um ser integral, um ser complexo que engloba aspectos biológicos, mentais, sociais, ecológicos e espirituais, por intermédio do estudo da consciência. 
Mas, quem pode ser considerado o primeiro psicólogo transpessoal é Carl Gustav Jung. As diferenças entre  a psicanálise freudiana e as teorias de Jung são muito bem representativas das diferenças entre uma psicoterapia mecanicista e biomédica e uma mais humana e holística.
Freud sempre demonstrou durante sua vida um interesse por religião e espiritualidade, mas como expressão de recalques do desenvolvimento psicossexual do homem expresso na forma da cultura religiosa. Ele acreditava que era possível uma compreensão do processo irracional conflitivo, que viria das fases do desenvolvimento psicossexual, responsável pelo surgimento da religião. Jung, ao contrário, dispunha-se a aceitar o irracional e o paradoxal como válidos em si mesmos. Ele estava convicto da realidade da dimensão espiritual no esquema universal das coisas. Sua suposição básica era que o elemento espiritual é uma parte orgânica integral da psique. A verdadeira espiritualidade, ou a sua busca, é um aspecto pulsional do inconsciente coletivo, independente do condicionamento da infância e da vida do individuo, do ponto de vista cultura e educacional. Assim, se a análise e a auto-exploração alcançam suficiente profundidade, os elementos espirituais emergem espontaneamente na consciência. A maior contribuição de Jung para a psicoterapia é seu reconhecimento das dimensões espirituais da psique e suas descobertas nos campos transpessoais.
O que faz Jung um gênio da psicologia moderna é sua ampla visão, que vai bem além de sua época e o seu método científico.  O enfoque de Freud era estritamente histórico e determinístico, embasado no paradigma cartesiano-newtoniano; ele se interessava em encontrar explicações lineares-racionais para todos os fenômenos psíquicos, seguindo uma gênese histórico-biográfica. Jung estava convencido de que a causalidade linear não era o único principio mandatário na natureza. Ele criou o termo sincronicidade, para designar um principio de ligação de eventos de forma não-causal, o que explicaria as chamadas coincidências significativas de eventos separados  no tempo e/ou espaço. Também interessava intensamente pelo desenvolvimento da física moderna. Foi Einstein que, durante um encontro pessoal, encorajou Jung a perseguir o conceito de sincronicidade, e Wolfgang Pauli, um dos fundadores da teoria quântica publicou um ensaio conjunto com Jung sobre sincronicidade, bem como escreveu um estudo sobre os arquétipos na obra do físico Johannes Kepler. Não deixa de ser irônico  o fato de que, embora Freud se orgulhasse da Psicanálise ser atrelada ao mecanicismo newtoniano e de que os psicanalistas serem ‘mecanicistas incorrigíveis’, ter sido a psicologia ‘esotérica’ de Jung que tenha exercido maior impacto entre os gênios da ciência moderna.
Mas enfim, o que tem a ver Física e Psicologia? Os físicos modernos têm muito a dizer sobre a importância da consciência na definição do que seja realidade. Eles, juntamente com os místicos genuínos, estão cada vez mais próximos uns dos outros em suas tentativas para descrever o que seja o universo*. Os resultados das experiências tranpessoais sugerem que a natureza da gênese da consciência podem ser mais realisticamente descritas por místicos e fisicos modernos do que pela mais estável e aceita linha psicológica acadêmica. O enfoque holístico da realidade propiciou o surgimento de um novo campo de pesquisa, onde o principal objetivo de estudo é a consciência humana. Utiliza conhecimentos de várias disciplinas ocidentais e orientais, considerando as recentes descobertas em muitos domínios científicos como a Física, Neurologia, Psicologia, Parapsicologia, Psiquiatria, Biologia Molecular, Sociologia, Antropologia, Neunatologia, entre outras, buscando uma integração desses conhecimentos.
Assim sem dúvida alguma a abordagem Transpessoal revela um olhar contemporâneo necessário à nossa Psicologia no momento atual.