terça-feira, 30 de julho de 2013

Depressão na Infância e na Adolescência

 Atualmente, a depressão vem sendo bastante utilizada como sinônimo de tristeza, porém tem muito pouco a ver com esse sentimento. Depressão é uma doença grave, que se não for tratada adequadamente, interfere no dia a dia das pessoas e compromete a qualidade de vida. Nos adultos ela é mais fácil de ser diagnosticada, e mesmo que não o faça, as pessoas ao seu redor e até mesmo o próprio sujeito percebe que algo esta errado.

Com as crianças é bem diferente, e normalmente acham que a depressão é natural, próprio do seu jeito de ser. Embora estejam sofrendo, não sabem que aqueles sintomas são resultados de uma doença. Elas calam-se, retraem-se, e os pais, por vezes, custam a perceber que a criança precisa de ajuda.

A criança tem grande dificuldade de nomear suas próprias emoções, precisando de um adulto para lhes dizer que o que sentem é a tristeza, ansiedade, angústia. Por isso tendem a somatizar o seu sofrimento e acabam se queixando de problemas físicos, porque é mais fácil explicar males concretos, orgânicos, do que um problema de cunho emocional.

Na depressão infantil, o sono começa a ser interrompido por pesadelos, e o medo de ficar sozinha faz com que reclame e chore muito na hora de dormir. É um choro assustado, indicativo do medo que esta sentindo o tempo todo.

Nos últimos anos de pesquisa sobre a depressão, na infância, percebe-se que vem caracterizando-se pela associação de vários sintomas que vão além da ansiedade de separação manifesta quando a criança começa a frequentar a escola, por exemplo, e incluem até o medo de comer e a escolha dos alimentos passa a ser seletiva. Portanto, a criança pode estar dando sinais de depressão quando a ansiedade de separação persiste e ela reclama o tempo todo de dores de cabeça ou de barriga, nunca demonstrando que está bem.

Na depressão na adolescência percebe-se que o menino não internaliza as emoções como a menina, que se tranca no quarto e chora. Ele se torna extremamente agressivo, fica na defensiva o tempo todo e sai brigando com o mundo. Na realidade, o adolescente deprimido age como se a melhor defesa fosse o ataque e, se conseguimos ultrapassar essa barreira, ele se mostra muito angustiado e chora.

 Problemas conjugais,  problemas financeiros, a cobrança exagerada por parte dos pais e da sociedade em relação ao desenvolvimento da criança, a falta de contato da criança com os pais em função de suas responsabilidades profissionais e necessidades de sobrevivência, o que impede que haja um vínculo afetivo positivo, são fatores que contribuem para o aumento da possibilidade das crianças desenvolverem transtornos como a depressão, e que afeta diretamente o desenvolvimento psico-social e escolar.

Além disso, podemos destacar outros fatores que causam a depressão infantil: a morte de um dos pais, dos avós ou de um ente querido muito próximo, maus tratos dentro da família; filho indesejado, filho somente de um dos pais; alcoolismo, entre outros.

SINAIS E SINTOMAS SUGESTIVOS DE DEPRESSÃO INFANTIL

1- Mudanças de humor significativa
2- Diminuição da atividade e do interesse
3- Queda no rendimento escolar, perda da atenção
4- Distúrbios do sono
5- Aparecimento de condutas agressivas
6- Auto-depreciação
7- Perda de energia física e mental
8- Queixas somáticas
9- Fobia escolar
10- Perda ou aumento de peso
11- Cansaço matinal
12- Aumento da sensibilidade (irritação ou choro fácil)
13- Negativismo e Pessimismo
14- Sentimento de rejeição
15- Idéias mórbidas sobre a vida
16- Enurese e encoprese (urina ou defeca na cama)
17- Condutas anti-sociais e destrutivas
18- Ansiedade e hipocondria

Os sintomas físicos e somatizados também podem ocorrer na criança depressiva. Cerca de 30% dos pacientes deprimidos apresenta diminuição de apetite e 30% refere aumento, principalmente nas meninas. Insônia inicial (dificuldade para começar a dormir) também esta freqüentemente presente (60%) e, um pouco menos freqüente, a clássica insônia terminal, que é caracterizada pelo despertar muito cedo.

       Fiquem atentos se as crianças e adolescentes começarem a apresentar alguns destes sinais, quanto mais cedo à depressão for diagnosticada melhor será seu prognóstico.

Dicas:

à Pais e professores podem ajudar também no tratamento com pequenas ações: estimular a criança a brincar, participar de atividades recreativas e esportivas para que possa melhorar seu humor e manter contato com outras crianças. Na depressão essas atividades não são contra-indicadas, pelo contrário devemos estimulá-las constantemente.


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