quinta-feira, 16 de maio de 2013

Abuso e Exploração Sexual de Crianças e Adolescentes: Alerta aos Pais, Educadores e a Sociedade.


        O abuso sexual é definido como uma situação em que uma criança ou um adolescente é usado para a gratificação sexual de um adulto ou mesmo de um adolescente mais velho, com mais de 16 anos e 5 anos mais velho que a vítima. O abuso sexual geralmente é praticado em situações nas quais o adulto induz a criança ou o adolescente, por meio de sedução, mentiras, promessas, presentes, ameaças e até violência física.
         A exploração sexual caracteriza-se pelo uso deles com fins comerciais e de lucro, seja levando-os a manter atividades sexuais com adultos ou adolescentes mais velhos, seja utilizando-os para a produção de materiais pornográficos como revistas, filmes, fotos e sites na Internet. São considerados exploradores, o cliente que paga pelos serviços sexuais e, também, os intermediários que induzem, facilitam ou obrigam crianças e adolescentes a se prostituírem.
O abuso sexual de crianças e adolescentes é mais comum do que se imagina. Os agressores em sua maioria são homens, com idade entre 30 e 40 anos, familiares das vítimas ou conhecidos da própria família. Portanto, fique atento a adultos , inclusive de sua confiança,  que com freqüência estão rodeados de crianças, oferecendo presentes e se colocando a disposição para ajudar em atividades cotidianas, escolares ou religiosas, sem cobrar por isto.

Fique atento também a algumas táticas usadas por abusadores:
- Fazem-se passar por jovens ou crianças da mesma idade;
- Abordam assuntos que agradam suas vítimas potenciais;
- Oferecem algum benefício monetário ou presente;
- Tornam-se ‘amigos’, criando uma atmosfera de acolhimento e dependência;
- Usam informações fornecidas por crianças, adolescentes e jovens durante o contato pela internet ou nos perfis criados em sites de relacionamento;
- Podem buscar esse contato fora da internet, pessoalmente, nas escolas, clubes ou lan houses.

As conseqüências do abuso sexual são graves: a criança abusada pode ter crises de choro, medo de ficar sozinha ou de situações específicas; pode ter prejuízo no relacionamento interpessoal, ficando retraída ou agressiva, apresentar problemas somáticos sem causas médicas e queda no desempenho escolar.
A criança pode ficar confusa com relação ao que aconteceu; sentir medo de ter provocado a situação, sentir-se coagida a guardar segredo, e tem medo de ser castigada caso conte o ocorrido. A situação é especialmente problemática quando o abusador  for um familiar ou alguém  íntimo da família e a criança já apresentar problemas de comportamento. De acordo com um estudo realizado na Austrália crianças que sofrem de negligência ou abuso físico e emocional tendem a desenvolver comportamentos de risco, como tabagismo e sedentarismo, que podem levar a doenças crônicas ao longo da vida.  Caso a criança conte que sofreu um abuso, observe, verifique, denuncie! Apenas 6% dos casos em que a criança relata a agressão relacionam-se à fantasia ou mentira. Muitas vezes, por vergonha, a criança, que tem o imaginário muito fértil, revela de maneira fantasiosa um caso para contar um abuso e isso leva as pessoas a não acreditarem.
Saiba que as crianças ou adolescentes nunca são responsáveis pelo abuso sexual. As crianças são curiosas quanto à sexualidade e ainda que façam perguntas de cunho sexual ou queiram ver ou tocar os genitais de um adulto, ou ainda mostrar seus genitais, é o adulto que tem a responsabilidade de interromper esta interação. As crianças estão explorando o mundo e parte disto diz respeito a sua sexualidade. Portanto, orientar crianças a respeito da sexualidade pode ter impacto preventivo sobre situações potencias de abuso.
O abuso e exploração de crianças e adolescentes além de ser um grande problema de saúde pública é um problema psicológico grave. Do ponto de vista psicológico, devemos considerar não somente a vítima, como, também, o abusador e a família de ambos. Todos eles necessitam de apoio psicológico. Além disso, o abusador ou estuprador que for preso, mas não receber tratamento psicológico, certamente voltará a praticar esse tipo de crime ao ser solto.
A criança que sofre violação e não é tratada carrega sequelas para o resto da vida e geralmente se torna um adulto com dificuldade de relacionamento social, depressivo, com impotência sexual, frigidez, além de poder cometer suicídio.
Apesar dos diversos canais para fazer a denúncia, as pessoas ainda tem receio de denunciar, por isso muitos casos permanecem acontecendo até que a criança chegue à adolescência ou nunca são descobertos. Não hesite, procure o Conselho Tutelar ou Disque 100 (Disque Denúncia), a denúncia é anônima, podendo ser realizada de qualquer telefone.




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