O
abuso sexual é definido como uma situação em que uma criança ou um adolescente
é usado para a gratificação sexual de um adulto ou mesmo de um adolescente mais
velho, com mais de 16 anos e 5 anos mais velho que a vítima. O abuso sexual
geralmente é praticado em situações nas quais o adulto induz a criança ou o
adolescente, por meio de sedução, mentiras, promessas, presentes, ameaças e até
violência física.
A exploração sexual caracteriza-se
pelo uso deles com fins comerciais e de lucro, seja levando-os a manter
atividades sexuais com adultos ou adolescentes mais velhos, seja utilizando-os
para a produção de materiais pornográficos como revistas, filmes, fotos e sites na
Internet. São considerados exploradores, o cliente que paga pelos serviços
sexuais e, também, os intermediários que induzem, facilitam ou obrigam crianças
e adolescentes a se prostituírem.
O
abuso sexual de crianças e adolescentes é mais comum do que se imagina. Os
agressores em sua maioria são homens, com idade entre 30 e 40 anos, familiares
das vítimas ou conhecidos da própria família. Portanto, fique atento a adultos
, inclusive de sua confiança, que com freqüência
estão rodeados de crianças, oferecendo presentes e se colocando a disposição
para ajudar em atividades cotidianas, escolares ou religiosas, sem cobrar por
isto.
Fique
atento também a algumas táticas usadas por abusadores:
-
Fazem-se passar por jovens ou crianças da mesma idade;
-
Abordam assuntos que agradam suas vítimas potenciais;
-
Oferecem algum benefício monetário ou presente;
-
Tornam-se ‘amigos’, criando uma atmosfera de acolhimento e dependência;
-
Usam informações fornecidas por crianças, adolescentes e jovens durante o
contato pela internet ou nos perfis criados em sites de relacionamento;
- Podem
buscar esse contato fora da internet, pessoalmente, nas escolas, clubes ou lan
houses.
As conseqüências do abuso sexual são graves: a criança abusada
pode ter crises de choro, medo de ficar sozinha ou de situações específicas;
pode ter prejuízo no relacionamento interpessoal, ficando retraída ou
agressiva, apresentar problemas somáticos sem causas médicas e queda no
desempenho escolar.
A
criança pode ficar confusa com relação ao que aconteceu; sentir medo de ter
provocado a situação, sentir-se coagida a guardar segredo, e tem medo de ser
castigada caso conte o ocorrido. A situação é especialmente problemática quando o
abusador for um familiar ou alguém íntimo da família e a criança já apresentar
problemas de comportamento. De acordo com um estudo realizado na Austrália
crianças que sofrem de negligência ou abuso físico e emocional tendem a
desenvolver comportamentos de risco, como tabagismo e sedentarismo, que podem
levar a doenças crônicas ao longo da vida. Caso a criança conte que sofreu
um abuso, observe, verifique, denuncie! Apenas 6% dos casos em que a criança
relata a agressão relacionam-se à fantasia ou mentira. Muitas
vezes, por vergonha, a criança, que tem o imaginário muito fértil, revela de
maneira fantasiosa um caso para contar um abuso e isso leva as pessoas a não
acreditarem.
Saiba
que as crianças ou adolescentes nunca são responsáveis pelo
abuso sexual. As crianças são curiosas quanto à sexualidade e ainda que façam
perguntas de cunho sexual ou queiram ver ou tocar os genitais de um adulto, ou
ainda mostrar seus genitais, é o adulto que tem a responsabilidade de
interromper esta interação. As crianças estão explorando o mundo e parte disto
diz respeito a sua sexualidade. Portanto, orientar crianças a respeito da
sexualidade pode ter impacto preventivo sobre situações potencias de abuso.
O
abuso e exploração de crianças e adolescentes além de ser um grande problema de
saúde pública é um problema psicológico grave. Do ponto de vista psicológico,
devemos considerar não somente a vítima, como, também, o abusador e a família
de ambos. Todos eles necessitam de apoio psicológico. Além disso, o abusador ou
estuprador que for preso, mas não receber tratamento psicológico, certamente
voltará a praticar esse tipo de crime ao ser solto.
A
criança que sofre violação e não é tratada carrega sequelas para o resto da
vida e geralmente se torna um adulto com dificuldade de relacionamento social,
depressivo, com impotência sexual, frigidez, além de poder cometer suicídio.
Apesar
dos diversos canais para fazer a denúncia, as pessoas ainda tem receio de
denunciar, por isso muitos casos permanecem acontecendo até que a criança
chegue à adolescência ou nunca são descobertos. Não hesite, procure o Conselho
Tutelar ou Disque 100 (Disque Denúncia), a denúncia é anônima, podendo ser
realizada de qualquer telefone.
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