A depressão ou melancolia
involutiva é um estado de humor característico da velhice, e assim é conhecido
a bastante tempo. A doença surge frequentemente, após a aposentadoria ou
aborrecimento sério ou em decorrência de alguma mudança súbita nas
circunstâncias de vida do idoso. Apesar disso, a doença esta em desproporção
com o estímulo, estando a sintomatologia muita mais acentuada do que seria de
esperar em relação ao estímulo desencadeante.
A senectude é o período
compreendido entre os 40 e 55 anos, e nas mulheres se associa a alterações
endócrinas especificas que se constituem na menopausa. Nessas alterações
endócrinas, as glândulas endócrinas tais como a medular das adrenais, a
tireoide, os ovários e os testículos lançam seus hormônios diretamente na
corrente sanguínea, possibilitando uma rápida distribuição pelo corpo. Afetam,
dessa maneira, diferentes órgãos e tecidos.
Essa é uma época também
frequentemente relacionada a mudanças características no status familiar e nas
relações socioculturais. Para a mulher, esse período marca o estagio em que os
filhos se casam e deixam o lar. Não lhe é mais possível criar e cuidar das
crianças. Simultaneamente, as alterações da fisiologia endócrina levam à
interrupção da ovulação, da menstruação e de outras mudanças corporais. Para
muitas mulheres, é um período de crise, é marco do envelhecimento.
Após 20 ou mais anos da vida
adulta, as pessoas questionam seus papéis objetivos e descobrem que muitas das
suas ambições não foram, e provavelmente não serão realizadas. Embora para
alguns seja o bastante e não tão
assustadora, para outras é uma experiência extremamente frustrante. Revoltam-se contra sua situação de vida e
culpam a si mesmos ou aos outros pelas limitações e desapontamentos.
Embora muitos pacientes nesta
faixa de idade apresentem esse quadro e lhe atribuam seus problemas, é preciso
cuidado quando da atribuição de uma significância causal especifica às
alterações endócrinas ou às emocionais à
nova situação. O número de pessoas que passam pela mesmas dificuldades e não se
tornam psiquiatricamente doentes é bem maior do que o número de pacientes na
mesma condição.
Um das explicações é que essas
experiências da meia-idade fornecem a ocasião de as predições subjacentes se
manifestarem. O individuo susceptível que era anteriormente sustentado pela
ambição, pelo otimismo, pelos prazeres e exigências emocionais de contato com
os filhos e por uma boa saúde, sente-se, agora, ameaçado pela solidão, pela
inutilidade, pela falta de sentido de vida, pelas modificações do estado físico
e acaba por desenvolver uma enfermidade psíquica.
As ideias e tentativas de
suicídio são mais frequentes neste tipo de doença do que em qualquer outra, e
precisa-se dispensar atenção especial a essa possibilidade. Dentre outras
características desse transtorno temos: ansiedade de longo curso, que se
desenvolve lentamente, preocupações, tristeza, são poliqueixosos, muitas vezes
reclamando de queixas físicas imaginárias (hipocondria).
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