quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Depressão na Terceira Idade


      A depressão ou melancolia involutiva é um estado de humor característico da velhice, e assim é conhecido a bastante tempo. A doença surge frequentemente, após a aposentadoria ou aborrecimento sério ou em decorrência de alguma mudança súbita nas circunstâncias de vida do idoso. Apesar disso, a doença esta em desproporção com o estímulo, estando a sintomatologia muita mais acentuada do que seria de esperar em relação ao estímulo desencadeante.

        A senectude é o período compreendido entre os 40 e 55 anos, e nas mulheres se associa a alterações endócrinas especificas que se constituem na menopausa. Nessas alterações endócrinas, as glândulas endócrinas tais como a medular das adrenais, a tireoide, os ovários e os testículos lançam seus hormônios diretamente na corrente sanguínea, possibilitando uma rápida distribuição pelo corpo. Afetam, dessa maneira, diferentes órgãos e tecidos.

       Essa é uma época também frequentemente relacionada a mudanças características no status familiar e nas relações socioculturais. Para a mulher, esse período marca o estagio em que os filhos se casam e deixam o lar. Não lhe é mais possível criar e cuidar das crianças. Simultaneamente, as alterações da fisiologia endócrina levam à interrupção da ovulação, da menstruação e de outras mudanças corporais. Para muitas mulheres, é um período de crise, é marco do envelhecimento.

        Após 20 ou mais anos da vida adulta, as pessoas questionam seus papéis objetivos e descobrem que muitas das suas ambições não foram, e provavelmente não serão realizadas. Embora para alguns seja o bastante  e não tão assustadora, para outras é uma experiência extremamente frustrante.  Revoltam-se contra sua situação de vida e culpam a si mesmos ou aos outros pelas limitações e desapontamentos.

           Embora muitos pacientes nesta faixa de idade apresentem esse quadro e lhe atribuam seus problemas, é preciso cuidado quando da atribuição de uma significância causal especifica às alterações endócrinas ou às emocionais  à nova situação. O número de pessoas que passam pela mesmas dificuldades e não se tornam psiquiatricamente doentes é bem maior do que o número de pacientes na mesma condição.

          Um das explicações é que essas experiências da meia-idade fornecem a ocasião de as predições subjacentes se manifestarem. O individuo susceptível que era anteriormente sustentado pela ambição, pelo otimismo, pelos prazeres e exigências emocionais de contato com os filhos e por uma boa saúde, sente-se, agora, ameaçado pela solidão, pela inutilidade, pela falta de sentido de vida, pelas modificações do estado físico e acaba por desenvolver uma enfermidade psíquica.

           As ideias e tentativas de suicídio são mais frequentes neste tipo de doença do que em qualquer outra, e precisa-se dispensar atenção especial a essa possibilidade. Dentre outras características desse transtorno temos: ansiedade de longo curso, que se desenvolve lentamente, preocupações, tristeza, são poliqueixosos, muitas vezes reclamando de queixas físicas imaginárias (hipocondria).

             Se identificados indícios de que algo não vai bem com o idoso, as famílias devem procurar um médico. Isso porque a depressão pode ser um sintoma de outra doença, como uma alteração de metabolismo, diabetes descontrolada ou hipotireoidismo. Se faz necessário portanto, além da ajuda de profissional especializado, incentivar o idoso que passa por esse momento a estabelecer um novo plano de vida, mostrando-o que ainda é útil, para que com um isto, possa ter uma visão otimista do futuro.  

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