quinta-feira, 31 de outubro de 2013

A Criança e a Intimidade dos Pais

        Esse assunto já foi tema comentando há algum tempo em outro blog que faço parte: Em Casa com Sofia, mas a pedidos iremos falar um pouco mais sobre ele aqui. 

        Ainda é um tema bastante questionado e ainda cheio de tabus. O bebê não é parte do casal, e sim parte da família; o casal é composta por dois, o terceiro não deve, para o seu próprio bem e desenvolvimento de futura autonomia, se inserir na vida sentimental do casal. O casal veio antes, o filho depois.

         Entretanto, é importante que o casal, não veja o bebê como um intruso, que veio atrapalhar a relação, mas sim, um ser que esta aí para fortalecer os laços de companheirismo e afeto. Os adultos devem manter  uma atitude de respeito adequado a cada idade da criança, devendo sempre ser cuidado e carinhoso com a mesma. Todavia, o casal deverá sempre manter sua privacidade sexual no seu quarto, ou fora de casa,  quando não puderem ter um espaço separado da criança.

           A criança, assim como nós adultos, tem vários estágios do sono. E nos momentos mais leves ela ouve barulhos e é capaz  de abrir os olhos muito rapidamente e ver coisas, sem que os pais percebam. O ato sexual é uma visão muito atordoante para o bebê, e os barulhos que produz também. Na cabeça do bebê fica difícil interpretar  o que esta acontecendo entre os pais, e na maioria das vezes vai interpretar essa relação sexual como algo violento, sádico. O que pode também estimular precocemente a sexualidade da criança, causando outros tipos de distorções no seu desenvolvimento psicossexual. 

             A criança, deve sim, ter bastante espaço na vida do casal, mas quando se trata da vida afetivo-sexual dos mesmos, a criança deve ser poupada, e a advertência serve também para os momentos de brigas e discussões na frente dos filhos. A situação é tão confusa quanto a primeira e ambas, são perturbadoras para as crianças. 

               Por fim, vale ressaltar, que a criança ter seu próprio quarto é uma forma de ajudá-la a crescer com mais autonomia e segurança,e , quando por qualquer razão, a criança necessita de dormir no quarto dos pais, estes deverão ter o cuidado de não expô-lo a sua vida sexual. 
        
       




quarta-feira, 30 de outubro de 2013

A Depressão na Terceira Idade


      A depressão ou melancolia involutiva é um estado de humor característico da velhice, e assim é conhecido a bastante tempo. A doença surge frequentemente, após a aposentadoria ou aborrecimento sério ou em decorrência de alguma mudança súbita nas circunstâncias de vida do idoso. Apesar disso, a doença esta em desproporção com o estímulo, estando a sintomatologia muita mais acentuada do que seria de esperar em relação ao estímulo desencadeante.

        A senectude é o período compreendido entre os 40 e 55 anos, e nas mulheres se associa a alterações endócrinas especificas que se constituem na menopausa. Nessas alterações endócrinas, as glândulas endócrinas tais como a medular das adrenais, a tireoide, os ovários e os testículos lançam seus hormônios diretamente na corrente sanguínea, possibilitando uma rápida distribuição pelo corpo. Afetam, dessa maneira, diferentes órgãos e tecidos.

       Essa é uma época também frequentemente relacionada a mudanças características no status familiar e nas relações socioculturais. Para a mulher, esse período marca o estagio em que os filhos se casam e deixam o lar. Não lhe é mais possível criar e cuidar das crianças. Simultaneamente, as alterações da fisiologia endócrina levam à interrupção da ovulação, da menstruação e de outras mudanças corporais. Para muitas mulheres, é um período de crise, é marco do envelhecimento.

        Após 20 ou mais anos da vida adulta, as pessoas questionam seus papéis objetivos e descobrem que muitas das suas ambições não foram, e provavelmente não serão realizadas. Embora para alguns seja o bastante  e não tão assustadora, para outras é uma experiência extremamente frustrante.  Revoltam-se contra sua situação de vida e culpam a si mesmos ou aos outros pelas limitações e desapontamentos.

           Embora muitos pacientes nesta faixa de idade apresentem esse quadro e lhe atribuam seus problemas, é preciso cuidado quando da atribuição de uma significância causal especifica às alterações endócrinas ou às emocionais  à nova situação. O número de pessoas que passam pela mesmas dificuldades e não se tornam psiquiatricamente doentes é bem maior do que o número de pacientes na mesma condição.

          Um das explicações é que essas experiências da meia-idade fornecem a ocasião de as predições subjacentes se manifestarem. O individuo susceptível que era anteriormente sustentado pela ambição, pelo otimismo, pelos prazeres e exigências emocionais de contato com os filhos e por uma boa saúde, sente-se, agora, ameaçado pela solidão, pela inutilidade, pela falta de sentido de vida, pelas modificações do estado físico e acaba por desenvolver uma enfermidade psíquica.

           As ideias e tentativas de suicídio são mais frequentes neste tipo de doença do que em qualquer outra, e precisa-se dispensar atenção especial a essa possibilidade. Dentre outras características desse transtorno temos: ansiedade de longo curso, que se desenvolve lentamente, preocupações, tristeza, são poliqueixosos, muitas vezes reclamando de queixas físicas imaginárias (hipocondria).

             Se identificados indícios de que algo não vai bem com o idoso, as famílias devem procurar um médico. Isso porque a depressão pode ser um sintoma de outra doença, como uma alteração de metabolismo, diabetes descontrolada ou hipotireoidismo. Se faz necessário portanto, além da ajuda de profissional especializado, incentivar o idoso que passa por esse momento a estabelecer um novo plano de vida, mostrando-o que ainda é útil, para que com um isto, possa ter uma visão otimista do futuro.  

sexta-feira, 25 de outubro de 2013

Meu filho troca as letras

Primeiramente quero me desculpar com meus leitores pelos meses sem postagem, mas vamos reiniciar os artigos no blog com todo o gás! Começando hoje com um problema que esta cada vez mais recorrente nos consultórios. 


Cerca de 10% das crianças em idade escolar apresentam dislexia, sendo observada com maior freqüência em meninos.  De acordo com a Associação Brasileira de Dislexia, o transtorno acomete de 0,5% a 17% da população mundial, pode manifestar-se em pessoas com inteligência normal ou mesmo superior e persistir na vida adulta.
A dislexia é uma dificuldade no aprendizado da escrita e da leitura, em crianças sem déficit intelectual, emocional e sensorial, mas que apresentam alterações psicomotoras e perceptivas, acompanhadas de determinados distúrbios da fala.
Cumpre ressaltar que não se pode rotular de dislexia toda e qualquer dificuldade na leitura ou na escrita, bem como as dificuldades de aprendizado que tem como base um problema emocional, um pequeno déficit sensorial ou, mesmo, uma inadaptação ao método pedagógico.
Especialistas chegaram a conclusão que a dislexia é causada por uma alteração cromossômica hereditária, o que explica a ocorrência em pessoas da mesma família. Pesquisas recentes mostram que a dislexia pode estar relacionada com a produção excessiva de testosterona pela mãe durante a gestação da criança.
Os sintomas variam de acordo com os diferentes graus de gravidade do distúrbio e tornam-se mais evidentes durante a fase da alfabetização. Entre os mais comuns encontram-se as seguintes dificuldades:
 1) para ler, escrever e soletrar;
 2) de entendimento do texto escrito;
3) para de identificar fonemas, associá-los às letras e reconhecer rimas e aliterações;
4) para decorar a tabuada, reconhecer símbolos e conceitos matemáticos (discalculia);
5) ortográficas: troca de letras, inversão, omissão ou acréscimo de letras e sílabas (disgrafia);
 6) de organização temporal e espacial e coordenação motora.

É muito freqüente o disléxico apresentar déficit  no domínio da ação, da motricidade, da organização temporoespacial, da capacidade de globalização do esquema corporal, na dominância lateral, podendo ser acrescentados distúrbios de atenção da memória e alteração da relação figura-fundo. A má estruturação do espaço  no disléxico manifesta-se, no início, por dificuldades em situar as diversas partes do corpo, umas em relação às outras; as noções de alto,baixo, em frente, atrás e, sobretudo, direita e esquerda são confundidas, o que, no domínio da leitura, provoca confusão entre certas letras como p e q; d e b, u e n; p e b. Cada letra é percebida isolada e corretamente, mas as  relações que as crianças estabelecem entre elas não são estáveis, dependem do sentido do deslocamento do seu olhar.
Comumente a dislexia é diagnosticada a partir da época em que a criança é alfabetizada (geralmente 6/7 anos). Entretanto há várias manifestações pré-disléxicas que ocorrem bem cedo e há possibilidade de serem detectadas ainda no jardim da infância.
O diagnóstico é feito por exclusão, em geral por equipe multidisciplinar (médio, psicólogo, psicopedagogo, fonoaudiólogo, neurologista). antes de afirmar que uma pessoa é disléxica, é preciso descartar a ocorrência de deficiências visuais e auditivas, déficit de atenção, escolarização inadequada, problemas emocionais, psicológicos e socioeconômicos que possam interferir na aprendizagem. É de extrema importância estabelecer o diagnóstico precoce para evitar que sejam atribuídos aos portadores do transtorno rótulos depreciativos, com reflexos negativos sobre a auto-estima e projeto de vida. 
Ainda não se conhece a cura para a dislexia. De modo geral, o prognóstico é bom. Felizmente, a dislexia não é uma condição progressiva. Porém, o tratamento exige a participação de especialistas em várias áreas ( pedagogia, fonoaudiologia, psicologia, etc.) para ajudar ao individuo com dislexia a superar, na medida do possível, o comprometimento no mecanismo da leitura, da expressão escrita ou da matemática.

 Importante:

-  Algumas dificuldades que as crianças podem apresentar durante a alfabetização só ocorrem porque são pequenas e imaturas e ainda não estão prontas para iniciar o processo de leitura e escrita. Se as dificuldades persistirem, o ideal é encaminhar a criança para avaliação por profissionais capacitados;
- O diagnóstico de dislexia não significa que a criança seja menos inteligente; significa apenas que é  portadora de um distúrbio que pode ser corrigido ou atenuado; 
- Saber que a pessoa é portadora de dislexia e as características do distúrbio é o melhor caminho pra evitar prejuízos no desempenho escolar e social e os rótulos depreciativos que levam à baixa-estima.