quinta-feira, 7 de março de 2013

Terror Noturno: O que é?

Hoje falaríamos de outro transtorno ansioso, porém, iniciamos a formação de um grupo de crianças de 2 a 6 anos no local onde trabalho e no contato com algumas mães ouve um bate papo descontraído sobre algumas ânsias com os pequenos e com isso a sugestão para a mudança do tema de hoje. Vamos abrir uma pequena exceção! 


                                                   

O terror noturno, também conhecido como pavor noturno, é um tipo raro de perturbação do sono, que é diferente do pesadelo, caracterizado  por ataques de terror agudo ou pânico normalmente no decorrer da noite.  

O individuo se comporta como se estivesse passando por uma situação de perigo, com gritos, coração acelerado e aterrorizada. O terror noturno acomete principalmente crianças, sendo que aproximadamente 10-15% das mesmas apresentam, no mínimo, um episódio de terror noturno por ano. A sensação de insegurança é um fator que pode contribuir para o aumento dos episódios.

Não existe uma idade padrão, porém é mais comum em crianças de 2 a 5 anos, mas podem começar antes mesmo da criança completar um ano. Cabe ressaltar ainda que o terror noturno é um distúrbio severo que a criança além de acordar muito angustiada, pode ter comportamentos destrutivos consigo mesma.

A criança que sofre com este transtorno pode apresentar problemas clínicos graves, nos casos mais extremos, como sonolência e irritação. Estes problemas podem chegar a dificultar a socialização da criança na escola levando ao fraco rendimento. A frustração da criança e o sofrimento  dos pais devido ao baixo rendimento da mesma, podem gerar um ciclo vicioso levando a surgir os fatores desencadeantes, como estresse, depressão, tensão, etc.





Não se conhece ainda as causas que levam ao terror noturno, existindo apenas hipóteses como imaturidade do sistema nervoso central ou em alterações em determinadas fases do sono. Sabe-se, porém, que é comum em crianças  ansiosas ou com algum quadro  de depressão. Além disso, episódios como febre e agentes estressores podem desencadear o problema.

Os indivíduos com Transtorno de Terror Noturno freqüentemente relatam uma história familiar positiva de terror noturno ou sonambulismo. Alguns estudos indicam um aumento de dez vezes na prevalência do transtorno entre os parentes biológicos em primeiro grau. 

Apesar de ser um problema sério no momento em que acontece, não significa necessariamente que causará prejuízo ao aprendizado e desenvolvimento normal.  Em casos raros é que uma criança vai apresentar mais de um evento por noite, e é só nesses casos, que podem aparecer sintomas diurnos que a afetam psicologicamente e fisicamente.

A duração e freqüência do terror noturno dependem de cada criança, algumas chegam a apresentar semanalmente episódios, outras no espaço de 10 a 15 dias e, casos raros como relatado anteriormente, varias vezes durante a noite.  Tudo vai depender da seriedade do diagnóstico e eventos externos acontecendo no momento do ataque. Pais fiquem atentos, fatores emocionais, como estresse, ansiedade, tristeza, pode ocasionar o problema.

O diagnóstico do quadro deve ser feito por um especialista, pois determinadas características devem ser predominantes como, por exemplo: episódios repetitivos de despertar abrupto do sono, geralmente durante o primeiro terço do sono, começando com um grito de pânico; medo intenso e sinais de excitação autonômica, tais como taquicardia (freqüência cardíaca podendo chegar a 160 batimentos por minuto), taquipnéia (respiração muito rápida) e sudorese (transpiração excessiva) durante cada episódio; não-responsividade relativa aos esforços para confortar a criança durante o episódio (sendo quase impossível acordá-la); a criança lembra-se de um sonho não-detalhado e existe uma amnésia (esquecimento) do episódio (não se lembra de nada quando acorda no dia seguinte); os episódios causam sofrimento clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo. 

É importante ressaltar que algumas medidas podem ajudar a diminuir o problema como:

*       Regularidade no horário do sono;
*      Cuidados com a alimentação, evitando comidas gordurosas e de difícil absorção ou com  condimentos antes de dormir;
*      Investigar se alguma medicamentação em uso possa estar ocasionando o problema;
*      Diminuir a ansiedade caso a criança esteja passando por algum evento estressor;
*      Oferecer conforto físico e emocional antes do sono.

No momento da crise é importante que os pais não acordem a criança, ela pode acordar assustada e demorar mais tempo para restabelecer a calma. Faz-se necessário acompanhar o momento, oferecendo proteção, caso apresente sonambulismo ou algum comportamento agressivo e corra risco de causar danos físicos a si mesmo. Se a criança acordar, ofereça afago, proteção e carinho até que se acalma novamente. 

Outro fato corriqueiro que acontece é os pais colocarem a criança pra dormir no quarto deles na tentativa de aliviar o problema. Isso, além de não resolver o terror noturno de imediato, ainda faz com que a criança possa desenvolver outra insegurança, a de dormir sozinha.      

Em casos raros é que a criança é acometida do terror noturno até a vida adulta. Nessas situações é necessário um diagnóstico preciso para um tratamento adequado. Nos casos em que a criança apresente prejuízos físicos, emocionais ou em suas atividades diárias é importante buscar ajuda médica e psicológica, diminuindo assim significativamente os sintomas e seus afeitos nocivos.


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