O terror
noturno, também conhecido como pavor noturno, é um tipo raro de perturbação do
sono, que é diferente do pesadelo, caracterizado
por ataques de terror agudo ou pânico normalmente no decorrer da
noite.
O individuo se
comporta como se estivesse passando por uma situação de perigo, com gritos,
coração acelerado e aterrorizada. O terror noturno acomete principalmente
crianças, sendo que aproximadamente 10-15% das mesmas apresentam, no mínimo, um
episódio de terror noturno por ano. A sensação de insegurança é um fator que
pode contribuir para o aumento dos episódios.
Não existe uma
idade padrão, porém é mais comum em crianças de 2 a 5 anos, mas podem começar
antes mesmo da criança completar um ano. Cabe ressaltar ainda que o terror
noturno é um distúrbio severo que a criança além de acordar muito angustiada,
pode ter comportamentos destrutivos consigo mesma.
A criança que sofre com este transtorno pode apresentar problemas clínicos graves, nos casos mais extremos, como sonolência e irritação. Estes problemas podem chegar a dificultar a socialização da criança na escola levando ao fraco rendimento. A frustração da criança e o sofrimento dos pais devido ao baixo rendimento da mesma, podem gerar um ciclo vicioso levando a surgir os fatores desencadeantes, como estresse, depressão, tensão, etc.
Não se conhece
ainda as causas que levam ao terror noturno, existindo apenas hipóteses como
imaturidade do sistema nervoso central ou em alterações em determinadas fases
do sono. Sabe-se, porém, que é comum em crianças ansiosas ou com algum quadro de depressão. Além disso, episódios como
febre e agentes estressores podem desencadear o problema.
Os indivíduos com Transtorno de Terror
Noturno freqüentemente relatam uma história familiar positiva de terror noturno
ou sonambulismo. Alguns estudos indicam um aumento de dez vezes na prevalência
do transtorno entre os parentes biológicos em primeiro grau.
Apesar de ser
um problema sério no momento em que acontece, não significa necessariamente que
causará prejuízo ao aprendizado e desenvolvimento normal. Em casos raros é que uma criança vai
apresentar mais de um evento por noite, e é só nesses casos, que podem aparecer
sintomas diurnos que a afetam psicologicamente e fisicamente.
A duração e
freqüência do terror noturno dependem de cada criança, algumas chegam a
apresentar semanalmente episódios, outras no espaço de 10 a 15 dias e, casos
raros como relatado anteriormente, varias vezes durante a noite. Tudo vai depender da seriedade do diagnóstico
e eventos externos acontecendo no momento do ataque. Pais fiquem atentos,
fatores emocionais, como estresse, ansiedade, tristeza, pode ocasionar o
problema.
O diagnóstico
do quadro deve ser feito por um especialista, pois determinadas características
devem ser predominantes como, por exemplo: episódios repetitivos de despertar abrupto do sono, geralmente durante o
primeiro terço do sono, começando com um grito de pânico; medo intenso e sinais
de excitação autonômica, tais como taquicardia (freqüência cardíaca podendo
chegar a 160 batimentos por minuto), taquipnéia (respiração muito rápida) e
sudorese (transpiração excessiva) durante cada episódio; não-responsividade
relativa aos esforços para confortar a criança durante o episódio (sendo quase
impossível acordá-la); a criança
lembra-se de um sonho não-detalhado e existe uma amnésia (esquecimento) do
episódio (não se lembra de nada quando acorda no dia seguinte); os episódios causam sofrimento
clinicamente significativo ou prejuízo no funcionamento social ou ocupacional
ou em outras áreas importantes da vida do indivíduo.
É importante
ressaltar que algumas medidas podem ajudar a diminuir o problema como:
Regularidade no horário do sono;
Cuidados com a alimentação, evitando comidas
gordurosas e de difícil absorção ou com
condimentos antes de dormir;
Investigar se alguma medicamentação em uso possa
estar ocasionando o problema;
Diminuir a ansiedade caso a criança esteja
passando por algum evento estressor;
Oferecer conforto físico e emocional antes do
sono.
No momento da crise é importante que os
pais não acordem a criança, ela pode acordar assustada e demorar mais tempo
para restabelecer a calma. Faz-se necessário acompanhar o momento, oferecendo
proteção, caso apresente sonambulismo ou algum comportamento agressivo e corra
risco de causar danos físicos a si mesmo. Se a criança acordar, ofereça afago,
proteção e carinho até que se acalma novamente.
Outro fato corriqueiro que acontece é
os pais colocarem a criança pra dormir no quarto deles na tentativa de aliviar
o problema. Isso, além de não resolver o terror noturno de imediato, ainda faz
com que a criança possa desenvolver outra insegurança, a de dormir sozinha.
Em casos raros é que a criança é
acometida do terror noturno até a vida adulta. Nessas situações é necessário um
diagnóstico preciso para um tratamento adequado. Nos casos em que a criança
apresente prejuízos físicos, emocionais ou em suas atividades diárias é
importante buscar ajuda médica e psicológica, diminuindo assim
significativamente os sintomas e seus afeitos nocivos.
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