No final de semana assisti ao filme de Pernas pro Ar 2 e dele veio a ideia do post
de hoje. No filme foi mostrado um SPA onde se hospedaram várias pessoas com os
mais diversos tipos de comportamento compulsivo. Muita gente ainda imagina que
comportamentos compulsivos ou aditivos, seriam aqueles relacionados a álcool,
fumo e outras drogas.
Mas
quem não conhece pessoas que compram compulsivamente, chegando a estourar
limites de cartão, cheque especial, etc.?
Até mesmo aquelas que passam horas em frente ao computador esquecendo-se
da própria vida? E pessoas que comem
compulsivamente até o ponto de colocar tudo para fora? E os compulsivos sexuais
que arriscam relacionamentos e a própria saúde? Os compulsivos por jogos, por
atividades físicas... Enfim, existem muitos tipos de compulsão. Esses
comportamentos, tanto quanto os relacionados ao álcool e outras drogas,
interferem com o mecanismo do prazer, chegando a adquirir características
patológicas que na maioria das vezes se tornam incontroláveis.
O
comportamento compulsivo vai se caracterizar por uma pressão interna que, em
determinadas situações, faz com que a pessoa se sinta tomada por um desejo
forte de realizar uma ação que gera prazer, principalmente nos estágios
iniciais, mas depois provoca sentimento de culpa e mal-estar.
Esses
comportamentos podem ser compreendidos como atitudes (mal-adaptativas) de
enfrentamento da ansiedade, angústia, estresse e até mesmo um vazio
existencial, trazendo conseqüências físicas, emocionais e sociais graves.
Outro
ponto importante é que pessoas que apresentam comportamentos compulsivos tem
uma probabilidade maior de desenvolver transtornos ansiosos e depressão, quando
comparados a pessoas emocionalmente estáveis (o que chamamos de comorbidade).
Não
existe uma causa bem estabelecida para ocorrências desses comportamentos.
Fala-se em vulnerabilidades e predisposições, seja de elementos familiares, como
hábitos consequentes à insegurança extrema e aprendidos no seio familiar, seja
por razões individuais e relacionadas à vivências do passado e dinamismo psicológico
pessoal, seja por razões biológicas, de
acordo com o funcionamento orgânico e mental.
Normalmente
os comportamentos compulsivos precisam de tratamento quando começam a apresentar
prejuízos significativos à vida da pessoa ou ao seu entorno sócio-familiar. Dependendo
de cada caso o ideal é associar medicamentos à psicoterapia.
Por
fim, não existem compulsões mais fáceis ou difíceis de tratamento, mas pessoas
com maior ou menor disposição para se tratar. Não há como um tratamento
funcionar quando não se tem um interesse do paciente em realizá-lo, então o primeiro passo é aceitar que possui um
problema, especialmente nas compulsões de atos socialmente aceitos ou até
mesmo estimuladas pessoa sociedade.
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