quinta-feira, 24 de janeiro de 2013

Alienação Parental: O que é? Quais suas conseqüências?


Quem já ouviu falar na SAP? Esta sigla é usada para designar a Síndrome de Alienação Parental.  Talvez não seja um nome comum para todos os leitores, mas é uma síndrome com bastante relevância na sociedade atual. O personagem de Caco Ciocler da novela ‘Salve Jorge’, esta separado da esposa e ficou com a guarda da filha. O personagem quer se vingar da ex-esposa tentando afastar a filha da mãe, usando de subterfúgios que a mesma quis sair de casa, os abandonou pelo trabalho, etc. Esse é um exemplo típico do assunto que estamos falando aqui.
Afinal, o que vem a ser SAP? Foi um termo proposto por Richard Gardner em 1985 para descrever a situação em que um dos pais de uma criança a treina para romper os laços afetivos com o outro genitor, criando sentimentos fortes de ansiedade e temor em relação ao mesmo.
Os casos mais freqüentes estão associados a situações onde a ruptura da vida conjugal gera, em um dos genitores, uma tendência vingativa muito grande. Quando este não consegue elaborar adequadamente o luto da separação, desencadeia um processo de destruição, vingança, desmoralização e descrédito do ex-cônjuge. Nesse processo vingativo, o filho é utilizado como instrumento da agressividade direcionada ao parceiro. 
O genitor alienante aproveita-se de estar mais presente na vida dos filhos e começa a excluir o outro genitor da vida dos mesmos, não comunicando fatos importantes da vida dos filhos, toma decisões da vida dos mesmos excluindo o outro genitor; interfere nas visitas controlando excessivamente os horários, organizando diversas atividades para o dia da visita, não permitindo que os filhos estejam com o genitor alienado em horários que não sejam os expressos; ataca a relação entre o filho e o outro genitor, recorda a criança com insistência os motivos ou fatos ocorridos que levem ao estranhamento do outro genitor,  obriga a criança a optar entre a mãe ou o pai, fazendo-a tomar partido no conflito; transforma a criança em espiã da vido do ex-cônjuge, denigre a imagem do outro genitor, etc..
Nesse contexto a criança começa a apresentar um sentimento de constante raiva e ódio contra o genitor alienado e sua família, se recusa a dar atenção, visitar, ou se comunicar com o outro genitor,  guarda sentimentos e crenças negativas sobre o outro genitor que são inconseqüentes e exageradas. 
Como conseqüência as crianças expostas ao SAP estão mais propensas a apresentar distúrbios psicológicos ansiedade, pânico e depressão, utilizar drogas e álcool como uma forma de aliviar a dor e a culpa da alienação, apresentar baixa auto-estima, não conseguir uma relação estável quando adultos, apresentar problemas de gênero, em função da desqualificação do genitor atacado e a mais grave de todas, podem chegar a cometer suicídio.
Como pai e mãe, busquem informações, tenham atitude. Busque compreender seu filho e proteja-o de discussões ou situações tensas com o outro genitor. Procure também, auxilio psicológico e jurídico  para tratar o problema, a SAP é crime, e não espere a situação desaparecer sozinha.
Aos pais ficam o alerta, pois é um direito das crianças e adolescentes o direito a um desenvolvimento saudável, ao convívio familiar e a participação de ambos os genitores em sua vida. A alienação parental não é apenas um problema de pais separados, é um problema social, que, silenciosamente, traz conseqüências nefastas para gerações futuras.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Comportamentos Compulsivos: Obsessão que tem cura


No final de semana assisti ao filme de Pernas pro Ar 2 e dele veio a ideia do post de hoje. No filme foi mostrado um SPA onde se hospedaram várias pessoas com os mais diversos tipos de comportamento compulsivo. Muita gente ainda imagina que comportamentos compulsivos ou aditivos, seriam aqueles relacionados a álcool, fumo e outras drogas.
Mas quem não conhece pessoas que compram compulsivamente, chegando a estourar limites de cartão, cheque especial, etc.?  Até mesmo aquelas que passam horas em frente ao computador esquecendo-se da própria vida?  E pessoas que comem compulsivamente até o ponto de colocar tudo para fora? E os compulsivos sexuais que arriscam relacionamentos e a própria saúde? Os compulsivos por jogos, por atividades físicas... Enfim, existem muitos tipos de compulsão. Esses comportamentos, tanto quanto os relacionados ao álcool e outras drogas, interferem com o mecanismo do prazer, chegando a adquirir características patológicas que na maioria das vezes se tornam incontroláveis.
O comportamento compulsivo vai se caracterizar por uma pressão interna que, em determinadas situações, faz com que a pessoa se sinta tomada por um desejo forte de realizar uma ação que gera prazer, principalmente nos estágios iniciais, mas depois provoca sentimento de culpa e mal-estar.
Esses comportamentos podem ser compreendidos como atitudes (mal-adaptativas) de enfrentamento da ansiedade, angústia, estresse e até mesmo um vazio existencial, trazendo conseqüências físicas, emocionais e sociais graves.
Outro ponto importante é que pessoas que apresentam comportamentos compulsivos tem uma probabilidade maior de desenvolver transtornos ansiosos e depressão, quando comparados a pessoas emocionalmente estáveis (o que chamamos de comorbidade).
Não existe uma causa bem estabelecida para ocorrências desses comportamentos. Fala-se em vulnerabilidades e predisposições, seja de elementos familiares, como hábitos consequentes à insegurança extrema e aprendidos no seio familiar, seja por razões individuais e relacionadas à vivências do passado e dinamismo psicológico pessoal, seja  por razões biológicas, de acordo com o funcionamento orgânico e mental.
Normalmente os comportamentos compulsivos precisam de tratamento quando começam a apresentar prejuízos significativos à vida da pessoa ou ao seu entorno sócio-familiar. Dependendo de cada caso o ideal é associar medicamentos à psicoterapia.
Por fim, não existem compulsões mais fáceis ou difíceis de tratamento, mas pessoas com maior ou menor disposição para se tratar. Não há como um tratamento funcionar quando não se tem um interesse do paciente em realizá-lo, então o primeiro passo é aceitar que possui um problema, especialmente nas compulsões de atos socialmente aceitos ou até mesmo estimuladas pessoa sociedade.

sexta-feira, 11 de janeiro de 2013

Por que procurar um psicólogo?

 A psicoterapia tem como objeto auxiliar o indivíduo a lidar com suas emoções e seus conflitos psicológicos da mesma forma que um médico auxilia aqueles que estão sofrendo de alguma doença física.  Assim como o médico vai diagnosticar e tratar aquele problema físico, o psicólogo vai tratar suas dores emocionais.
Que dores seriam essas? As angústias, medos, ansiedades, os problemas de relacionamento, as depressões e tantas outras dificuldades e inquietações que dificultam ou, até mesmo, impossibilitam o desenvolvimento saudável da vida da pessoa que sofre por não saber lidar com elas.
Entretanto, apesar de estarmos em pleno século XXI, existe ainda um grande preconceito, que causa vergonha impedindo que as pessoas procurem ajuda de um profissional.  Faz-se necessário diminuir este preconceito e para isso existe uma forma: informação. Na verdade o preconceito existe por falta de conhecimento.
Quem já reparou que quando procuramos alguém para desabafar, o outro sempre tenta contar a sua própria história e ficamos com a sensação de que não fomos ouvidos? Isso acontece porque o outro pode pensar que a experiência dele vai lhe ajudar. E realmente pode ajudar.
Mas o que acontece mesmo é que todos estão tão ansiosos para falar que nem percebem o momento e a dificuldade de quem os procura. E naquele momento você precisava de alguém que o ouvisse com atenção e pensasse junto para aliviar a dor e ajudá-lo a trilhar um novo caminho. É nisto que o processo terapêutico vai se diferir.  A Psicologia, com suas técnicas científicas, pode realmente ajudar as pessoas a viverem melhor, pois o objetivo maior é o autoconhecimento.
É preciso esclarecer que quando se procura um profissional, ele não está lá para dar conselhos, julgar, dizer se o indivíduo está certo ou errado, mas sim para pensar junto e auxiliá-lo a descobrir quem realmente você é e seus inúmeros potenciais.
O importante é procurar um profissional com sensibilidade para entender sua dor e que lhe faça sentir acolhido. Lembre-se que, procurar ajuda terapêutica é um sinal de coragem e maturidade.
Mas infelizmente, o preconceito mistura-se com a ignorância, fazendo com que muitos deixem de se beneficiar do trabalho terapêutico, pois participar deste processo ainda é considerado "coisa de louco", quando na realidade, a alienação de si mesmo é que se torna o maior gerador de conflitos. Parabéns a todos os profissionais da área, que de alguma forma auxiliam as pessoas na busca de encontrar seu verdadeiro ‘eu’, sua essência.
A psicoterapia é o caminho de enfrentamento de tantas questões emocionais e conflitos que incomodam. É um cuidado que se tem com sua saúde emocional.